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A sentença

Como pode ser tão rápida a sentença De quem tão superficial é o afeto Momento furtivo de verdade Com motivos fúteis e desafetos herdados  Foi assim comigo Foi assim com todos Vira e mexe vem o novo Sentimento rasgado, inexplicado e estorvo Não tinha sabor, odor ou vigor comigo Eu sabia Mas era quente, inocente e sensível demais Eu sentia e queria Das doenças que carrega as jovens dessa década Das maldições que trás telas brilhantes Tinha todas Tinha também decepções conhecidas nas mais antigas histórias Ai de quem herdar aquele julgamento, aquela sentença Ai de quem lembrar o que a fez sofrer pelas madrugadas Por que a dificuldade em se entregar? Onde estava o interesse em tirar a roupa?  Não vi, foi rápido Não se via valor no palavreado Se via valor no imaginário E no real? Qualquer coisa na qual preferi não dar horário Nem nos momentos e nem agora Aqui encerro mais uma história Que em vidas normais nem teria começado Mas

Perfeito mundo depois do muro

Não ter enganos, enganado Ser alienado Ter luz, cultura e bom gosto Não ser A contingência sorri Uns não sabem se vestir Não sabem falar Malditos imundos que tentam escalar... Meus prédios É ligeiro É confuso Oh, admirável mundo novo, que encerra criaturas tais! Que encerra criaturas tais... Perfeitos dentes, perfeitas peles Perfeitos escravos, perfeitas mulas Perfeitas palavras, perfeitas viagens Perfeitos mortais, perfeitos animais do transporte público Perfeitos amantes, perfeitas opiniões Perfeitos irritantes imorais! Que encerra criaturas tais... Que encerra...

Sobre expandir

Se entregar à vontade de potencia com espaço livre para expansão é viajar em um universo de tubarões verdes e toupeiras voadoras. Não há céu, terra ou mar. Não há limites atômicos. O fundo é o topo e o topo é o fundo. Onde um limite físico real é a morte e loucura financiado pelo público.

Não sei

Eu queria, por muito tempo Ter a oportunidade que tive noite a dentro Escorados nas grades frias Ignoramos os desacompanhados que estavam naquela via No meio de lapsos que posso lembrar Um cenário comum na rotina de quem passa Um cenário inesperado para mim Contei cada palavra Não vou me iludir imaginando um sorriso de paixão Mas era de uma atração movida a álcool, curiosidade ou desejo? Não deixei a oportunidade me passar em vão Pedia mais um beijo Poderia exaltar o seu cheiro Ou seus lindos cabelos cacheados Idolatrar seu corpo e dizer o quanto o queria nu Assim, vulgar seria diante do que realmente tenho lembrado Foi um sorriso que me acertou A forma que se entregou Que saiu do "não se iluda" E na imaginação se pintou Se pintou de poucas cores Com tons de novos sabores Você também sentiu Mas esse livro, já devolveu?

Esponja

Olha só toda essa confusão Vê a distorção do amor?  Hoje o tempo corre Nem lembro bem o que aconteceu Dia-a-dia enigmado O que vem amanhã? Lembro e confio nessas palavras que são escritas Que vem de um sentimento efêmero  Que viu Que ouviu Que não mentiu E com fel sorriu Mas a razão me diz que ainda sigo sozinho Orgulho e paixão alheia some Quando vejo o medo e o trajeto que se segue Suado, traido Eu não posso dizer 10 palavras que definam o que sinto Quando vejo o vazio facial Absorvo o medo de quem vejo, em silêncio Sem saber o que fazer com alma perturbada, como a minha Quer uma ilusão encantadora? Olhe para o outro lado Isso não pode sair de mim Absorvo a dor da traição Encharcado estou Porque um deus inexistente me amaldiçoou E vivo não continuou para assistir o que me fez Pois me deu um órgão seu que o matou Me deu o dom de ver sonhos morrer Me fez sentir a solidão dos carentes Me fez crer no esforço como so

Nunca foi uma vírgula

Não era questão de estar Era de ficar O papel sendo obrigado a me sentir desabafar... Não foi como chuva passageira Que vem fraca e silenciosa É de força que o sentimento se mostra De zoada rasgada Mas eu sei que logo passa Hoje eu escrevo sozinho Por deselegância da vida Escrevi um dia para você ficar Agora quero que vá Da cama, dos meus braços Da minha cabeça, do meu espelho Depois de entrar no quarto Depois de ser amada, só mais uma vez... Rogério Fernandes

Saudades com cinzas

Da minha face triste se vê a angustia Mas é ao ver teu sorriso que as lágrimas se soltam Naquelas fotos simples Era tudo tão simples Me faz lembrar dos nossos sonhos Que me fizeram feliz como um tolo Saudade senti por dias Não pude evitar te perder Que um dia me perdoe Que mais uma vez na minha cama sua voz ecoe Posso ter essa sorte, mas não quero que fique Já tomei doses suficientes Não lembro de você, não te conheço Lembro de quem eras, de quem imaginei que fosse Espero que o pôr do sol você veja O segredo que não te contei E nem contarei Agora está eternizada no passado Perfeito para mim, deitados no chão olhando a lua Guardei as palavras para mim Rogério Fernandes